Em meio à pandemia do novo coronavírus (COVID-19), o comportamento de buscas e menções públicas sobre o assunto cresce exponencialmente ao redor do mundo. Os rastros deixados pelos usuários de plataformas digitais, (ex.: Google, Facebook, Instagram, Twitter etc.), são indicadores úteis para a compreensão de interesses e comportamentos sociais que emergem neste cenário. Abaixo, compartilho alguns dados e ações que estão sendo realizadas em ambientes digitais.
Interesses de Busca no Google
O Google Trends, ferramenta gratuita para a análise de interesses de buscas no Google, lançou uma página específica com dados sobre o coronavírus (COVID-19) em diversos países, incluindo o Brasil – saiba mais.
Veja alguns deles:
Conforme o Trends, o interesse de pesquisa sobre a palavra-chave coronavírus está crescente no Brasil. O principal gatilho de aumento nas pesquisas sobre a doença ocorreu após a divulgação do Ministério da Saúde sobre o primeiro caso no país (no dia 26 de fevereiro de 2020).
Entre as pesquisas mais realizadas pelos brasileiros, estão:
Muitos usuários estão buscando informações mais genéricas sobre a doença, no intuito de entender o que de fato é o coronavírus e quais são as suas causas. Após a doença ser classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma pandemia, houve um crescimento no interesse de pesquisas sobre as formas de prevenção e os sintomas do vírus.
Como consequência, as buscas por produtos de higiene utilizados para a prevenção de contágio (ex.: álcool gel) cresceram rapidamente nos últimos três meses (ver gráfico abaixo).
Entre os países que mais estão buscando sobre o novo coronavírus, o destaque vai para aqueles que estão passando por um momento crítico em relação ao crescimento do contágio e dos casos letais (ex.: Espanha e Itália):
Estatísticas mundiais sobre a COVID-19
Sites como o Worldometer , Statista e o Information is Beatiful estão fazendo uma ampla curadoria de estatísticas mundiais sobre o novo coronavírus, atualizadas diariamente e representadas através de diferentes formas de visualização de dados.
Exemplos abaixo:
Outra fonte de dados sobre o coronavírus é o centro de pesquisa Johns Hopkins que montou um dashboard com dados atualizados sobre a pandemia.
Assim como a Microsoft com seu rastreador no Bing
Facebook vs. Fake News
Um ponto de alerta para todos neste momento é a checagem das informações, com intuito de evitar o consumo e compartilhamento de notícias falsas (fake news) em torno de estatísticas, cuidados, tratamentos, entre outros assuntos correlatos ao coronavírus.
Para isso, diferentes veículos noticiosos estão se mobilizando para oferecer uma ampla cobertura sobre o tema e combater a desinformação. Além dos veículos, plataformas digitais, como é o caso do Facebook, estão criando soluções para minimizar o compartilhamento de fake news sobre o COVID-19, marcando alguns posts como “legítimos” e deletando posts que identificam como Spam.
Entretanto, muitos usuários já identificaram falhas no modo como o algorítimo está etiquetando os posts, bloqueando incorretamente conteúdos sobre a doença – saiba mais.
Exemplos:
Segundo o Facebook, o erro se deu por conta de um “bug” no Software que já está sendo corrigido. Segundo Guy Rosen (VP Integrity do Facebook), as postagens que foram bloqueadas de forma equivocada já estão sendo liberadas.
Menções em Tempo-Real
Em mídias sociais como o Twitter, por exemplo, é possível acompanhar em tempo-real tudo o que está sendo compartilhado em torno de hashtags como #coronavírus #covid19 #coronavirusoutbreak entre outras, através da busca ou da aba Explorar (ver menu) – clique aqui.
Segundo a Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV, nesta última terça-feira (17 de março de 2020) houve mais de 1,2 milhão de publicações no Twitter com menções a cuidados de higiene entre 11 de março e 17 de março.
A mesma pesquisa por hashtags também pode ser realizada em mídias como o Instagram (ver aqui) e Facebook (ver aqui). No Instagram, também vale o destaque para o esforço que estão fazendo em direcionar usuários que buscam pela hashtag #coronavirus para o site oficial do Ministério da Saúde.
Usando o software de social listening Stilingue, entre 17 de fevereiro a 17 de março de 2020, foram analisadas 1.784.236 menções sobre coronavírus em ambientes sociais (ex.: Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Blogs, Notícias etc.). A partir desta amostra, é possível visualizar quais são os termos mais comumente relacionados ao coronavírus nas menções públicas dos usuários brasileiros (ver gráfico abaixo).
App e WhatsApp do Ministério da Saúde
Com intuito de informar e educar a população com conteúdos oficiais sobre o coronavírus (COVID-19), o Ministério da Saúde lançou um aplicativo com dicas de prevenção, descrição de sintomas, formas de transmissão, mapa de unidades de saúde e até uma lista de notícias falsas que foram disseminadas sobre o assunto. O app está disponível para iOS e Android.
App Store – iOS (Apple) | Coronavírus-SUS: download
Google Play – Android | Coronavírus-SUS: download
Além do app, o Ministério da Saúde também disponibilizou um número oficial no WhatsApp para alertar e esclarecer a população sobre possíveis Fake News relacionadas ao coronavírus – (61) 99289-4640.