Shoshana Zuboff é professora titular da Havard Business School, Ph.D. em Psicologia Social na Universidade de Havard e bacharel em filosofia pela Universidade de Chicago. Como pesquisadora, dedicou-se em compreender fenômenos ligados à Era da Informação, engendrada pelo uso crescente de tecnologias nos ambientes organizacionais, promovendo mudanças nas relações de trabalho e de poder.

Em sua obra mais recente, lançada em 2018, The Age of Surveillance Capitalism, Zuboff aprofunda o conceito de “Capitalismo da Vigilância“. Para a autora, este tipo de capitalismo, que emerge no início dos anos 2000 a partir da ascensão das Big Techs do Vale do Silício, reivindica a experiência humana em seu cotidiano como matéria-prima gratuita para abastecer um novo tipo de mercado: o mercado dos comportamentos futuros.

Embora empresas como Google, Facebook, Amazon, Apple, Microsoft, entre outras, reiterem o argumento de que a coleta e a análise dos dados dos usuários é utilizada para oferecer melhorias em seus produtos e/ou serviços (o que, de fato, o fazem), há um excedente de dados comportamentais que são coletados em larga escala e que alimentam processos avançados de aprendizado de máquina para criar modelos capazes de prever, por exemplo, o que você fará agora, em breve ou depois. Estes modelos preditivos são diariamente alimentados pelos usuários de apps, games, social media, dispositivos inteligentes (smartphones, smartwatches, smart speakers etc.).

Zuboff nos convoca para uma profunda reflexão sobre pontos como: a falta de transparência nas estratégias utilizadas para a coleta dos dados (buscas, compras, fotos, vídeos, conversas etc.); a falta de transparência em relação aos usos e compartilhamentos destes dados; o uso da conveniência como forma de facilitar a introdução dos sistemas de vigilância; os riscos em relação a usos políticos dos modelos preditivos com o objetivo de moldar comportamentos (ex.: Cambridge Analytica), entre outras questões.

Abaixo, segue um documentário no qual Shoshana Zuboff fala um pouco sobre o conceito do Capitalismo da Vigilância e dá exemplos de alguns dos seus desdobramentos na atualidade (e no futuro):

  1. Boni Sobrinho

    1964 … aqui estamos há 20 e poucos anos e a maioria do mundo não percebeu.
    O novo capitalismo é silencioso como sanguessuga.
    Chegamos à pós-modernidade.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.